18 janeiro 2008

Rolfing

O Rolfing é um sistema que trabalha os tecidos conjuntivos do corpo para corrigir desequilíbrios da postura corporal e restituir o alinhamento correcto. Foi descoberto e desenvolvido há cerca de 40 anos por Ida Rolf, bioquímica americana. Estava familiarizada com o ioga, a osteopatia e outras disciplinas que podem afectar o organismo e a saúde, mas não achou nenhuma delas adequada no que respeita ao problema de restabelecer a vitalidade e o equilibrio. Considerava necessário garantir que o corpo estivesse a trabalhar em harmonia com a força da gravidade e desenvolveu uma técnica que originalmente designou por "reintegração estrutural", para restaurar essa harmonia.
Ida Rolf criou progressivamente uma forma de massagem em profundidade, destinada a trabalhar não tanto os músculos mas os tecidos conjuntivos que rodeiam os músculos, ossos e órgãos. Este tecido conjuntivo pode envolver os músculos como um envelope, sendo chamado fascia, ou tornar-se mais espesso e ligar os músculos aos ossos, um tendão. Se for mais espesso e ligar um osso a outro osso, é chamado ligamento. Como os terapeutas de rolfing costumam dizer, se desempenhar mal qualquer destas funções, chamamos-lhe dor.
Uma reacção comum das pessoas ao rolfing é que magoa. Na altura as técnicas podem ser bastante dolorosas, enquanto o terapeuta procura remodelar o tecido conjuntivo para que o corpo recupere o equilíbrio com a força da gravidade. Todavia, essa dor deve ser apenas temporária e pode ser completamente eliminada pelo alívio da dor crónica e do desconforto decorrente de uma postura mal alinhada, depois de uma ou duas sessões de rolfing. Regra geral, os terapeutas de rolfing trabalham o corpo inteiro em cerca de dez sessões, corrigindo os erros de postura nas diferentes áreas por intermédio de movimentos de massagem e manipulação.
A primeira sessão é essencialmente diagnóstico: o terapeuta examina a nossa estrutura, flexibilidade e postura, e talvez tire fotografias de como nos posicionamos para poder comparar no fim. Durante as duas sessões seguintes, as pernas, ombros, costelas e pélvis serão trabalhados para tentar alinhar novamente o corpo com a força da gravidade. Nas sessões que se seguem, o terapeuta trabalha os músculos e tecidos mais profundos do corpo, a partir da parte interna dos tornozelos, ao longo da musculatura das coxas e pélvis, até aos músculos do abdómen, e de volta ao pescoço. As duas ou três sessões finais ajudam a ligar todas estas zonas entre si.
Todo o processo é essencialmente uma aprendizagem do nosso corpo e de como restabelecê-lo para que possa funcionar com mais eficácia e menos tensão. O trabalho profundo dos músculos e tecidos conjuntivos pode, é certo, provocar desconforto, devido à rigidez e tensão há muito acumuladas, mas geralmente este é substituido por uma sensação de fortalecimento do corpo, à medida que as fibras são novamente alisadas até à sua extensão máxima.
Desde a morte de Ida Rolf, muito trabalho de formação vem sendo desenvolvido pelo Rolf Institute de Boulder, Colorado, tendo-se os terapeutas aí formados espalhado pelos Estados Unidos, Europa e mais além. A ênfase que o rolfing coloca no trabalho de tecido conjuntivo pode, realmente, constituir um processo doloroso, mas proporciona benefícios significativos para a saúde.

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